Encontro Nacional

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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Conhece-te a ti mesmo

Fazendo uso de uma máxima socrática existem muitas teorias que afirmam ser o conhecimento próprio um passo essencial para que possamos nos ajudar a resolver os problemas da vida. Muitas pessoas acreditam que seja assim e procuram incessantemente o conhecimento a respeito de si próprias. Para estas pessoas, é possível que utilizem as ferramentas do conhecimento científicos para si próprias, tornado-se objetos de estudo de si mesmas.  Exemplificando: quando estudo a mim mesmo, entendo sou meu objeto de estudo, neste caso, estarei elaborando ideias e conceitos que identificam o que chamamos “eu”. Para algumas pessoas, isto é de uma facilidade interessante, mas para muitas, isso simplesmente não é possível, simplesmente porque elas não conseguem se ver. São pessoas que passam a vida sem que achem um espelho existencial no qual possam se ver. Existem outras pessoas que conseguem se ver, mas o espelho que usam para ver a si próprias é cheio de deformidades e estas pessoas vêem algo que não é real. Apenas para ilustrar, acredito que você conheça pessoas que se dizem duronas, racionais, mas que choram com grande facilidade e resolvem suas questões na empresa emotivamente.
Para a pessoa que consegue se olhar e ter a si  mesma como objeto de estudo, precisamos saber o que ela deseja saber a respeito de si. Algumas pessoas dizem se conhecer, mas o que sabem não vai além do peso, cor do cabelo, tipo de pele, altura, etc.. Esse conhecimento é o mais simples, são conceitos que obtemos pela relação com o mundo, ou coisas que nos rodeiam e qualquer um poderia constatar. Outro conhecimento muito buscado é o das emoções, saber a respeito do seu ser interior, quanto ao amor, o ódio, a raiva, o rancor. Com este tipo de informação uma pessoa poderia saber por que ama uma determinada pessoa e não outra. Também poderia saber o que acontece nas muitas vezes que ama pessoas que deveria odiar, assim como odeia pessoas que deveria amar. Saber a que tipo de conhecimento desejamos quando pensamos em nós mesmos já é um bom ponto de partida.
No entanto, muitas pessoas desejam ansiosamente conhecer a si próprias e esquecem um velho ditado: “Cuidado com o que desejas”. Muito bem, a pessoa dedicou bom tempo da sua vida estudando a si própria e descobriu que ele mesmo é quem está fazendo sua empresa ir mal. Percebeu que se relaciona mal com as pessoas da empresa, que não tem visão de mercado para grandes negócios, que seu negócio iria muito melhor sem ele. Isso parece bom porque ele identificou um ponto fraco no seu negócio, mas será que ele estar dentro da empresa não é o único motivo pelo qual ele ainda vive? Outro caso pode ser de uma pessoa religiosa, que sempre viveu muito bem, mas que descobriu a respeito de si mesma que é avarenta, invejosa, pecadora. Pior que isso, é que muitas vezes o que estas pessoas descobrem a respeito de si mesmas nem é verdade, mas aceitam mesmo assim, pois foi descoberto.
Para algumas pessoas, saber a respeito de si é algo que não lhes interessa e vivem muito bem sem saber. Não há um motivo, uma razão pela qual tenhamos a obrigatoriedade de conhecer a nos mesmos. Se e somente se o conhecimento de nós mesmos for algo positivo é que deve ser estimulado, caso contrário, como diria John Lennon: “A ignorância é uma espécie de benção. Se você não sabe, não existe dor”.

Rosemiro A. Sefstrom

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