Encontro Nacional

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quem sabe...

Hoje é seu dia! Após jogar na loteria você foi sorteado (a) e tem a sua inteira disposição cem milhões de reais, e agora? O que você faria com o dinheiro? Mas, antes de pensar o que faria com o dinheiro vamos pensar um pouco melhor: como você faria para receber o dinheiro? Sabe-se que o Brasil não é o lugar mais seguro, seria interessante tomar alguns cuidados para receber o dinheiro sem expor-se ou expor as pessoas com as quais você convive. Voltando ainda um pouco mais, quando você conferisse o bilhete e percebesse que o mesmo estava premiado, sua comemoração seria em grande estilo? Como comemoraria? Lembre-se, ao comemorar muito explicitamente ficaria claro que você é o novo(a) rico (a) da vizinhança, atraindo atenção de muitas pessoas, inclusive as que não se quer. Pensar em como fazer para comemorar, como ir receber o dinheiro e muito mais, em como gastar o dinheiro é um exercício de elaboração de hipóteses.
Hipótese em Filosofia Clínica é um tópico específico que cuida de como a pessoa elabora ideias do que fazer com relação ao que acontece. Uma das situações mais comuns de ver uma pessoa elaborando hipóteses é quando se fala em loteria, neste momento a imaginação voa, a pessoa se abre às possibilidades. As possibilidades são exatamente as hipóteses que surgem, ou seja, quando uma pessoa pensa em mais de uma maneira possível de se fazer algo, está criando outras hipóteses. Citamos a loteria justamente porque nem todas as hipóteses que uma pessoa elabora se tornam realidade, muitas delas sequer são possíveis de realizar. Em se tratando de loteria, na maior parte dos casos nem a hipótese de ganhar se realiza, a pessoa passa a vida apenas nas hipóteses.
Por falar nisso, existem pessoas que são muito boas em criar opções para outras pessoas, no entanto, para elas mesmas não conseguem ver mais de uma alternativa para suas questões. É como um empresário que ao observar o problema do outro vê saída por vários caminhos, mas quando olha para a própria empresa não vê chances. Pessoas assim muitas vezes são tomadas com descrédito, isso porque elas estão em situações desfavoráveis, mas mesmo assim apresentam soluções para os outros. Um dos exemplos é o crucificado que estava ao lado de Jesus, dizia ele: Se és Filho de Deus, então desce da cruz! Ajuda a ti mesmo e a nós!” É importante frisar aqui que o crucificado via em Jesus alguém que iria salvá-lo da cruz tirando-o de lá. Mas, como exemplo, é interessante perceber que o prisioneiro mostra a ideia de que só apresenta solução aquele que não tem o mesmo problema.
Outro tipo de pessoa que encontramos em muitos lugares são as pessoas hipotéticas, seres humanos peculiares que tem a incrível habilidade de elaborar hipóteses e não colocar nenhuma em prática. São conhecidos em muitos lugares como sonhadores, pessoas que vivem nas nuvens, para as quais o mundo sempre será melhor, mas que não é porque não colocam em prática suas hipóteses. Alguns criaram empresas em diversos ramos, viram os lucros, os perigos, estão até colhendo os resultados dos lucros, mas apenas hipoteticamente. Nem todos têm condições de passar das ideias para a prática, elaborar hipóteses pode ser uma boa maneira de aliviar a vida dura cotidiana.
Hipóteses são ideias que podem futuramente ser testadas, mas que não necessariamente serão. Cada um tem seu jeito de elaborar hipótese: alguns são otimistas, outros pessimistas, uns elaboram muitas, outros são menos criativos. Pensar nas diversas maneiras possíveis de se fazer algo, para algumas pessoas, pode ser uma das maneiras de continuar fazendo da maneira como sempre foi feito. Nem todas as pessoas aceitam que “quem sabe dá certo”. A certeza pode ser um porto seguro, mas as possibilidades são as emoções de um mar aberto.

Rosemiro A. Sefstrom

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