Encontro Nacional

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Relevante, Importante ou Determinante?

Em Filosofia Clinica, quando se vai atender uma pessoa, pede-se a ela que conte sua história de vida. A partir desse material o filósofo elabora o que chamamos de Estrutura de Pensamento e busca os submodos informais que serão usados didaticamente com a pessoa. Mas, enquanto o filósofo coleta os dados da história da pessoa seus conteúdos começam a aparecer basicamente de três modos, relevante, importante e determinante. Há um quarto tipo de conteúdo, o irrelevante, deste tipo de conteúdo o filósofo pouco ou nada se ocupará. A distinção dos conteúdos acontece para que o terapeuta dispense atenção com os conteúdos existências que será trabalhados ao longo da terapia.
O primeiro tipo de conteúdo é o relevante, segundo o dicionário, relevante é aquilo que se destaca, ou seja, que se sobressai. Estes conteúdos são aqueles que aparecem de maneira diferente dos demais, ou seja, que se apresentam mais abertamente, que se destacam. É como uma pessoa que todos os dias é calma, doce, tranqüila e num dia tem um acesso de fúria e quebra o telefone frente aos colegas de trabalho. Por mais que o acontecido não seja um fato isolado, é relevante, isso porque se destaca do comportamento comum.
O segundo tipo de conteúdo é importante, de acordo com o dicionário, importante é aquilo que desfruta de autoridade, que é essencial. Em Filosofia Clinica o terapeuta observa na história da pessoa os conteúdos importantes, não necessariamente são relevantes, mas  importantes. Um exemplo claro é aquele homem que pouco fala de sua vida, de suas coisas, mas que coloca em primeiro lugar na sua vida a família. Aqui a família não está em relevo, mas é tida como essencial.
Por fim temos os conteúdos determinantes, pelo dicionário, determinante é aquilo que determina, pode ser entendido ainda como causador. Veja que aqui não é relevo, nem importante, mas o que determina, o causador. Este tipo de conteúdo que se encontra na história de vida da pessoa é aquele que movimenta, que faz a atitude acontecer. Pode ser o caso daquela menina que sabe da importância da família, se coloca em destaque no namoro, mas seu amor determina um comportamento de submissão. Esse exemplo é para ilustrar que mesmo com conteúdos importantes e relevantes, se eles estiverem indo contra um determinante, provavelmente perderão.
Tudo isso foi dito para levar a uma pequena reflexão, de acordo com o seu dia, com os seus compromissos. Pare um pouco, pegue um pedaço de papel e uma caneta e anote. Primeiro anote aquilo que para você é relevante, ou seja, aquilo que merece destaque, que se sobressai. Depois disso, em uma segunda etapa anote o que é importante, que merece sua atenção pela necessidade que tem. Por último veja se o que é relevante e importante está de acordo com o que domina sua vida.
Muitas pessoas tem como relevante a própria saúde, como importante a família, mas o trabalho é determinante. Esses são os mesmos que um dia acordam, olham para trás e se lamentam porque tudo o que era importante se perdeu pelo caminho. Aquilo que for determinante dará a direção, orientará a existência. Veja se o que orienta sua existência não é exatamente aquilo que é irrelevante, fútil, banal.

Rosemiro A. Sefstrom

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