Encontro Nacional

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Qual a sua lógica?

No mundo, segundo especialistas de várias áreas, existe uma lógica no processo que chamamos viver. Essa lógica, segundo os mesmos, regulamenta nossa forma de viver e faz com que sejamos quem somos. Há uma lógica na movimentação dos fluidos, há uma lógica na movimentação das massas de ar, há uma lógica para explicar as reações químicas que acontecem no cérebro. Enfim, a lógica é a parte da filosofia que cuida para que as coisas possam ter certo sentido, ou seja, para que uma argumentação possa ser conduzida corretamente das proposições ao juízo. O juízo, conclusão, só será considerado correto ou verdadeiro na medida em que respeitar as proposições. Um dos exemplos mais famosos de lógica é: Todo homem é mortal, Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal. Perceba que o movimento da primeira proposição até a conclusão se complementam.
Esse exemplo de lógica funciona muito bem no papel, num raciocínio matemático, algébrico, mas será que funciona tão bem assim na vida? Será que um pensamento lógico é assim tão exato na vida? O que se percebe no consultório é que não. Algumas pessoas me procuram com uma questão parecida com esta. Dizem: “Doutor, ele é ruim comigo, ele é grosseiro com minha família, ele só tem interesses em mim e eu gosto dele”. O que a moça quer dizer é: “Mesmo tendo todos os motivos para se afastar desse rapaz, ela gosta dele”. Mas, muito diferente do papel, onde o pensamento se desenvolve com base na razão, ao menos deveria, na vida utilizamos outras ferramentas para se chegar a uma conclusão que não fecha com a lógica.
Cada um tem sua lógica interna, como diz um filme, alguns seguem a lógica do amor. Pessoas estas que seguem de maneira quase que cega o que o seu coração aponta. Muitas vezes se arrebentam na vida, pois a pessoa por quem se apaixonaram não lhes quer. Outros seguem a lógica de mercado, para estes o que tem maior valor (preço) é o que orienta as suas lógicas de pensamento. Há também as pessoas que usam a lógica do prazer, muitas delas caem na vida pelo álcool, drogas, pois é o prazer quem comanda esta lógica. A lógica de cada um é o que chamo de lógica existencial e para cada um ela tem sua forma de chegar a num resultado verdadeiro.
Mas, mesmo que cada um tenha a sua lógica, às vezes, essa lógica não coincide com a lógica do outro. Veja o caso de uma menino que pensa consigo que, se ele amar muito uma menina, se dedicar integralmente a ela, ela também vai amá-lo. Só que para a menina, objeto de seu amor, um homem que tenha muitas posses, na sua cabeça é aquele que vai fazê-la feliz e não o que a ama. Para o menino é o amor, para a menina são as posses. Quando a conta não fecha é natural que em algum lugar fique aparente que algo está errado. Algumas vezes é o casamento que não dura, são lógicas diferentes tentando conviver no mesmo espaço.
Há ainda a lógica da fé, segundo a qual, se o meu relacionamento com Deus for bom, eu rezar obterei sua ajuda. Mas, para muitos fieis Deus deve ter tirado uma folga, não é fácil de entender como que alguém que rezou toda uma vida, foi muito devota, morreu esperando seu auxilio. De vez em quando se vê uma família se perguntando e perguntando a Deus sobre o assunto, a lógica não fecha.
É assim mesmo, assim como cada um de nós tem a sua lógica, Deus também deve ter a dele. Entender qual é a minha lógica torna mais fácil entender quando as contas não batem, perceber que algo está errado. Não porque esteja errado, mas por que na minha forma de pensar não é certo. Mas, mesmo assim, tenho de entender que o meu modo de se chegar a um resultado não é o único, posso estar errado.

Rosemiro A. Sefstrom

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